quinta-feira, março 31, 2011

A estrada de tijolos amarelos

Era uma estrada
Um passatempo
Era o ‘’B’’ de reação e o ‘’B’’ de condição
Ou seja, era o ser e o deve ser.
Era uma escolha
Era amarela a estrada
Era desconhecido o caminho
Seu meio
Era imperfeito e incerto seu destino
Ou era perfeito e certeiro o seu fim?
Não sabia
E nem queria saber
Queria caminhar e aprender
Seus erros eram tão óbvios
Que sorria ao lembrá-los
E era tão frágil que chorava ao esquecê-los
Era moça, era mulher
Queria acreditar que a cada passo na estrada de tijolos amarelos
Iria chegar ao seu fim planejado
E continuava
Continua
Caminhando

Golpe militar, 1964

Ela queria falar, tinha que permanecer em silêncio. Os pensamentos e opiniões surgiam em sua mente como uma tempestade que vinha se preparando à dias. Não agüentava mais aquele turbilhão de idéias que vinham a querer se expressar, e vinha uma mão selar sua boca, abafar seu grito.
Escolheu um caminho, o caminho da independência de idéias, ideais, sentimentos. Não queria obedecer aquele ser supremo, que como ela era um ser humano e também pensava, e esse podia falar, podia agir, menos ela. O que diferenciavam eles, uma era do governo, era militar. Ela, uma simples moça, jornalista.
O povo, o povo queria abrir sua boca, via coisas desagradáveis na rua e se calavam. O medo calava sua indignação, e nada parecia mudar. As pessoas sumiam, e outras se calavam, e as que não se calavam, sumiam.
Uns chamam isso de pesadelo, outros de um ideal da perfeição. A economia cresceu obviamente. O país cresceu sem duvida. Mas nada pode pagar o preço das idéias, das palavras, dos sentimentos das pessoas.
Foi no dia 31 de março de 1964 que ocorreu eventos que culminaram para o golpe militar de 64. Era uma estabilidade política, justificado pelo controle comunista e dos trabalhadores pelos militares. Isso tudo resultou em um crescimento econômico inegável, um crescimento interno econômico, aumentou assim a divida externa do país.
O objetivo geral do regime militar era impedir a propagação das idéias comunistas. Reprimia os pensamentos, delimitava a liberdade de pensamentos das pessoas. Qualquer um que descordasse ou tivesse pendendo para o comunismo era interrogado, preso, torturado.
Mas o direito subjetivo, apesar de parecer fraco, é indivisível e inseparável do ser humano desde seus primeiros passos. Quando se mexe com a liberdade de alguém, ou seu direito de simplesmente viver e expressar sua opinião, causa entre as partes um conflito que pode demorar, mas chega em um resultado único. Esse tipo de regime, como também o regime absolutista podem governar por um tempo, mas sempre decaem. As pessoas têm e exigem o direito à expressão, a mídia.
Não neguemos que foi bom para a economia interna do país, mas como disse, nada é mais válido do que poder expressar seus próprios sentimentos, pensamentos. Ninguém vive calado. Todos querem seu lugar ao ‘’palanque das opiniões.’’

Livro parte III

Depois da seção de fotos com Jennifer pela manha e com outras mulheres e homens a tarde, fui para casa, tomei um banho quente, um café fresco e fraco e deitei no sofá, como de costume, para ver o meu programa policial favorito. O dia foi tranqüilo, mas cansativo pela minha ausência de descanso na noite anterior, por algum motivo me encontrava de mau humor , então fui dormir.
Acordei, segunda, dia de começar a rotina, apesar de domingo ter trabalhado o dia inteiro.  Pensei duas vezes antes de levantar, pois estava frio naquela manha e uma leve chuva caia lá fora. Revirei-me, o edredom estava tão macio e cheiroso que estava me dando vontade de ficar ali o dia inteiro. Mas por fim levantei, tomei um banho quente, um café fraco como de costume, peguei o carro e fui pro estúdio.
Chegando lá me deparei com Betty, estava elegante e bonita como sempre, mas o que estaria fazendo às nove horas da manhã parada diante de mim. Betty é daquelas mulheres que não levantam de manhã nem pra ir ao banheiro, me surpreendi com sua presença, ela estava tão radiante que parecia que nem tinha se esforçado pra levantar da cama num dia chuvoso de segunda-feira.  Com um sorriso no rosto Betty me falou que queria fazer um book sensual para guardar de recordação para quando envelhecer lembrar que um dia tinha um corpo malhado e definido.
Confesso que gaguejei no momento, apesar de ser bastante profissional, alguma coisa não me deixava confortável em fotografar Betty nua, sorrindo, diante de mim. Talvez por ser minha melhor amiga, existia um espírito protetor sobre ela dentro de mim. Mas como tinha tempo livre pela manhã arrumei os equipamentos e iniciamos a seção.
O relógio estava na parede atrás de mim, e eu ficava mais de costas para Betty do que de frente. Olhava freneticamente as horas passarem, e o tempo de uma hora não passava nunca. Estava prestes a deixar a seção para outro dia, mas que desculpa eu poderia dar? Só tinha que continuar a bater as fotos e cuidar pra que elas não ficasse tremidas pelo meu nervosismo. Ela estava tão feliz e descontraída que me senti culpada por estar agindo daquela maneira, o nervosismo estava apenas na minha cabeça e não na situação, então tentei me acalmar e parar de dar zoom desnecessário e me concentrar para que as fotos saíssem perfeitas.

quarta-feira, março 30, 2011

Normas, pra que odia-las

O Direito proíbe a poligamia, diz o leigos como eu. O direito proíbe. Fato. O direito é objetivo em sua organização na sociedade. Pessoas dizem o que querem para exibir seu Direito subjetivo. Abusam. Pois seus direitos terminam quando começa o do outro.
Everybody hates lawyers. Porque seguem o Direito, o direito de proibir. O que seria da organização social se não fosse a proibição.
Desde os primórdios da humanidade já havia no mínimo o direito subjetivo. E com certeza no inicio das civilizações já se observava o direito objetivo. De fato, nenhuma organização social se sustenta sem as proibições. Seriam meros homens das cavernas, se respeitaria até um comer a carne do outro.
Ora, o que seria da liberdade se não houvesse a proibição. O Direito de fato é a própria liberdade.
O que seria de nós sem o direito natural, graças a ele ninguém pode nos matar sem estar cometendo um delito. Pelo menos diminui a probabilidade de você rir de alguém e esse alguém te dar um tiro.
Somos movidos pelo directus, o mundo, as relações, as obrigações são movidas pelo direito.
Conduta social, era como era dirigido o Direito na alta idade média. A sociedade civil é que impunha as normas com a tal conduta social, ou seja, pelos costumes, ou seja novamente, um tipo de aceitação, consenso ditado pelo povo de determinado local.
Hoje, temos essa separação de conduta social (costume), moral e o próprio Direito. São campos diferente, mas que se confundem. Hoje o Direito é dirigido pelo Estado, que é regulamentado pelo Direito e o último imposto pelo Estado. Duas coisas distintas que também se confunde.
Portando, temos na teoria noções perfeitas de sociedade. Na teoria. Na pratica ainda há falhas, mas em comparação a outras épocas a sociedade esta caminhando lentamente para um ponto onde chegaremos próximo dessa teoria. Próximo, mas nunca chegaremos nela.
Uma pequena explicação de uma estudante de Arquitetura e Urbanismo. I hate lawyers.

segunda-feira, março 28, 2011

Queria, e era.

Ela queria viver. Ela queria sentir. Precisava sentir que vivia. Queria sentir o vento, a noite.
Ela queria ser, e como se não bastasse ser queria existir. Precisava existir. Ela desejava, desejava a si mesmo, e claro que não fisicamente. Desejava gritar seu silêncio.
Estava morta, mas desejava viver, ser, existir, desejar, gritar. Queria ler, e mais, precisava escrever. Queria escrever um livro, uma frase, seu nome.
Queria andar, e não bastava, queria correr, cansar, deitar.
Queria gostar, e não só, queria amar. Queria sorrir para depois poder chorar, e de alegria.
Queria expressar e não apenas falar. Não queria opinar, queria fundamentar.
Era alguém. Era viva. Queria ser. E era.

A última decisão

Se próprio acusar não mais importava. Já estava quase condenada. A julgavam com provas tão objetivas e claras que por mais que ela apelasse para mentira, mesmo que parecesse convincente, não a salvaria da penalidade provavelmente imposta no final.
Resolveu chorar, os jurados já estavam votando em silencio, e provavelmente como ela mesmo sabia, seria dita como culpada. Enquanto esperava resolveu pensar, repensar nos seus atos.
É feliz? Foi feliz? Depois de muitos anos casada com alguém que não amava decidiu então se separar. Mas afinal o que é o amor. As palavras do ipsis literis dicionário não justifica a pequena palavra amor. Amor como dizem, não se explica, se sente. E quem é o dicionário para explicar um sentimento. Um livro nem pode amar, não pode sentir. Os que sentem, também não o sabem explicar.
O tribunal estava em silencio que era apenas quebrado pelo soluçar do choro da mulher. Silêncio, como ela desejou o silencio. Afinal, o que seria o silencio? Palavras mudas? Um quarto escuro e fechado que se encontra apenas a respiração do que o habita. Por muito tempo, o significado do silencio para a coitada mulher era esse. Hoje, nos minutos que esperava seu destino final depois do julgamento, via que o silencio estava no meio dos sussurros e vozes das pessoas. O silencio estava em uma musica alta, num salão aberto que se ouvia apenas os gritos e as risadas das pessoas que o habitam. Viu então que o silencio se resume ao que esta dentro da gente. Se queremos silencio basta nos ouvir, o silencio é nosso. Escutar algo é apenas um sentido, e não um sentimento. Viu então que como o amor, o silencio é um sentimento.
Calculava que faltava mais ou menos uns 5 minutos para a decisão final do juiz, resolveu parar de chorar e sorriu, no final seria feliz? Felicidade, pensou novamente nessa palavra. Não tinha dinheiro, não havia casado com alguém que amava, não tinha o melhor emprego no mundo. Mas percebeu finalmente que sua felicidade não dependia de nenhum desses fatores. A felicidade estava apenas nos sorriso dos lábios das pessoas, estava na alegria, no riso. No choro, se me vejo infeliz é porque sou também feliz, são opostos que não existem sozinhos.
Com o sorriso nos lábios, ouviu a decisão do juiz, olhou para transeuntes e conhecidos ao redor e finalmente pode fechar os olhos.


copiado do meu post no blog de Daniela Cristien

Qual é o sentido do calendário?

A experiência humana do tempo – como se fosse uma força que destrói -, se ligada à memória, pode fornecer a ilusão de eternidade. Os gregos chamavam o tempo cronológico de “chronos”, utilizado para identificar o tempo cronológico, o momento de nossas vidas.
O parágrafo acima seria a definição da palavra tempo, que não somente é cronológico como também psicológico. Chronos apesar de ser a palavra que define o tempo cronológico, foi entendida pelos gregos como o tempo do momento, da memória, o tempo também psicológico.
Quem inventou a divisão do tempo, como dias, meses, anos, horas, minutos, deixou apenas mais fácil o modo de contagem em números a passagem da vida. A vida então foi relacionada a números, perguntamos todos os dias que horas são, mas nunca vivemos a hora com a mesma exatidão do relógio.
Uma vez alguém disse com um certo ar de ignorância a alguém que ela vivia de momentos. Mas o que seria da vida se ela não fosse simplesmente chronos, momentos. A passagem da vida é a passagem de momentos, que marcam ou não marcam. O tempo cronológico passa, as horas, os dias passam, os momentos passam, assim como os tempo continua, mas não se repete.
A meia-noite é sempre a mesma meia-noite, o dia 25 é sempre o dia 25, os anos passam e são sempre os mesmo, mas o que faz as pessoas a cada dia serem diferentes? Os momentos nunca são os mesmos, não aprendemos com o tempo do relógio, mas aprendemos com o tempo cronológico linear da vida. A vida é um chronos. Como diz Ma rio Quintana o tempo é indivisível, a vida é indivisível, todas as horas são horas extremas.
E o incrível de tudo isso é que dividimos o nosso chronos com pessoas, e dividimos nossa vida indivisível com outras pessoas. E se por um momento pensaste que a vida não é feita de momento, mude de ideia, pois se ela não fosse, não poderia dividir sua vida, seu tempo com outro individuo.
Fico feliz por ter aprendido que a vida sim é feita de momentos, e que as horas são sempre as mesmas horas, o que me faz o que nos faz diferentes são os momentos, que a cada segundo mudam e são únicos. Viva seu chronos.

copiado do meu post no blog de Daniela Cristien

domingo, março 27, 2011

Observação para constar

Estão registradas as partes do livro. Toda e qualquer tipo de cópia destes serão consideradas como plágio, e poderão ser submetidas a uma penalidade.

Dia de chuva

Uma combinação de água e terra
É a chuva que cai lá fora
Calma e lenta
Não passa devastando tudo
Mas muda todo o cenário de um local
Muda meus pensamentos
É a chuva que cai lá fora
Que vem calma e lenta
É minha imperfeição que molha as roupas no varal
Mas depois vem o arco-íris e o sol
E o que era nublado já não é mais infeliz
Já não é mais triste
Mas a chuva sempre volta
O nublado sempre volta
E as roupas no varal molham
E ele fica vazio
Porque aprendi que o nublado é aviso
De tirar as roupas de lá
E o sol volta
E as roupas voltam
E molham
Porque prefiro o nublado triste
Do que o vazio

Livro parte II

Particularmente admito que o beijo dele era exatamente do jeito que eu imaginei, afinal um tempo atrás tinha sonhado com isso. Era um beijo descompassado e estava longe de se encaixar com o meu, um beijo forte que fazia a barba roçar na pele. Mas fiquei ali, além do mais era meu amigo e que diferença se faz depois de beber uma garrafa inteira de Martini. Só lembro que quando cheguei em casa estava com o rosto vermelho, descobri que tinha alergia a barba.
Eram 10:37 , acordei , estava chovendo, e nada melhor pra uma manhã de domingo que estar de ressaca em um dia chuvoso. Tentei ligar pra Betty mas ninguém atendeu, ou estava dormindo depois de uma noite cansativa tentando me alegrar  ou fazendo sexo com o desconhecido da fila, por fim preferi não atrapalhar, afinal ainda tinha que dar um jeito de não chegar tão atrasada no estúdio e já eram quase onze horas.
Cheguei no estúdio Mode Book era onze e vinte e dois, minha cliente estava com a maquiagem já quase borrada de tanta espera, pedi desculpas, disse que as fotos seriam por cortesia da casa. Pois a falta de profissionalismo foi meu e não podia perder essa cliente, afinal era a mulher de Thomas king, um dos empresários mais importantes da cidade, e queria pagar uma boa quantia para colocar algumas fotos de sua mulher ,Jennifer King, na parede do quarto, e eu como responsável pela produção e fotografia ofereci a primeira seção de fotos sensuais de graça.

Palavras opostas, mesmo sentimento.

Estava chovendo quando sai de lá. Engraçado, parece mais uma rotina. Sei que vai abrir a porta e ficar esperando eu entrar no elevador.
Abri o portão da frente, estava frio também. Não queria ter ido, dormir estava tão bom junto dela. Sabia que ela estava bem, estava comigo.
Quando fechou a porta, esqueci de perguntar se já havia melhorado, fiquei preocupada, odeio ter que ir embora. Começa a chover, começa a saudade, e deve ter começado uns 2 minutos após levantar da cama.
Incrível é que mesmo indo embora ainda a sinto comigo. Ate porque o celular não para de vibrar. Odeio ter que ir embora, odeio ter mentido. Uma vez, varias vezes. Odeio ter que fazê-la chorar, pelo passado, mesmo que pra mim pareça muito tempo atrás, pra ela é recente. Odeio ter que vê-la com medo, odeio a desconfiança. Odeio saber que a culpa é minha.
Mas amo ter que chegar e dizer, ‘’amor vou ficar mais um pouco’’, não vou mais mentir. Amor ter que fazê-la sorrir, pelo presente, mesmo que para os outros pareça algo insignificante, para ela é importante. Amo ter que a proteger, dos seus medos, dos meus medos. Amo ter que dizer ‘’confie em mim’’. Amo saber que a culpa é minha por ela me amar tanto.

sábado, março 26, 2011

Carta para alguém

Ela gosta de mim, diz ela. Fato pelo qual penso como possível uma menina- mulher que tão facilmente me faz sorrir diz que não só que ficar comigo, como precisa ficar comigo. Me pergunto sempre qual é o motivo desse gostar, o que eu fiz para construir esse sentimento que existe no coração dela. Achei que a resposta fosse praticamente um teorema de Pitágoras, mas depois de tanto refletir sobre o assunto percebi que a resposta chegaria a um simples nada. Nada eu fiz pra que ela gostasse de mim, como nada ela fez pra eu gostar dela. Sim, ela não fez nada. Nada alem dela. Lembro-me bem quando ela ainda menina andava com as perninhas um tantinho tortas até o lixo da sala, não a reparava, nem na maneira de andar, mas olhava sem me fixar em detalhes. Mas um dia me fez reparar em cada detalhe da sua simples ida ao lixo da sala, sentada ela estava na primeira classe, já estava a olhando, caminhou até o lixo. As pernas pareciam tortinhas, mas aquele caminhar era realmente lindo, era único e dela. Sentou-se novamente na mesma classe, na mesma posição e com a calcinha fio-dental aparecendo. A partir daquele dia, seu caminhar torto, e não apenas até o lixo, era acompanhado pelos meus olhos.
Hoje seu caminhar não é mais torto, mas não perde nunca seu jeito único, seu caminhar tem um porte, uma elegância, e quando reparada não faz mais cara de susto, mas sim um sorriso no rosto acrescentado por palavras ‘’o q foi amor?’’. E a minha resposta é sempre a mesma ‘’nada’’. Nada, foi do nada que eu a amo. Olho para varias pessoas, mas é por nada que ela é a única que consegue um olhar diferente de mim.
Motivos, temos muitos. Mas porque não gosto então de outra, que pode ter muito mais qualidades. Porque a outra pode ter o simples nada que ela tem, mas não tem o nada que torna tudo. O tudo o nada caminham junto com seu novo andar. É o simples que faz eu a amar. Tudo que construímos desde seu caminhar de menina até o lixo da sala até seu caminhar de mulher até a frente do espelho do corredor da sua casa, nada conseguiria apagar, ou fazer com que o tudo se torne nada, e nem que o nada se torne tudo. O simples é sempre presente em nossa vida, somos simples, nossas brigas são simples, demais até. É pelo simples que brigamos, vou deixar o complicado teorema de Pitágoras quando a pedir em casamento. Não, não pense que é difícil querer casar com ela, mas sim não é simples pedi-la em casamento. Que palavras usaria alem do ‘’quer casar comigo’’, simples palavra e simples gestos adiantariam nessa hora, mas o simples aí se tornaria complicado, falar de sentimentos não é fácil, não é simples. Sentir é simples, falar, e não apenas dizer ou o falar por falar, não é falar com os lábios, é falar com o coração. E isso sim, não é fácil. Por isso que eu penso, que quando esse dia chegar vou apenas olhar pra ela, em silencio. O silencio não é simples, ele pode ser vago e vazio, mas com o sentimento ele se torna intenso e excepcionalmente complicado, nenhum silencio é igual a outro silencio. Aí podemos aplicar mais um exemplo como em nossa vida juntas o nada se torna tudo. Um silencio se torna frases, se torna sentimentos.
Enfim, somos a evolução do nada. Seu caminhar desajeitado não mais combina com meu caminhar de mocinha, mas seu caminhar elegante combina com meu andar protetor. Sua risada expansiva não combina mais com minha risada expansiva, mas seu sorriso agora mais do que perfeito combina com minha tentativa de um sorriso mais bonitinho. Seu cabelo liso não combina mais com meu cabelo longo, mas seu cabelo ondulado combina com meu cabelo curto. Seu all star vermelho não combina mais com meu all star quase branco, mas sim seu salto quase branco combina com meu all star quase preto.
Tudo muda, mas nada se perde, assim como nada se cria tudo se transforma. E essas ultimas não são minhas palavras, provando que o TUDO e o NADA andam sim juntos sempre. Assim como ‘’sou teu céu, teu inferno, tua calma. Eu sou teu TUDO sou te NADA, minha pequena és minha amada.’’ E essas ultimas palavras também não minhas.
Somos opostos, imãs, amigas, inimigas, vilãs, micinhas. Amantes, namoradas, casadas.
O nunca se tornou sempre ao seu lado.
Espero que o meu simples nada continue caminhando com nosso complicado tudo

Basta ser

Quantas pessoas você já  salvou até agora? Já pensou em pelo menos salvar alguém?
Com certeza em sua cabeça, salvar alguém seria agarrá-la antes der cair do 8º andar de um prédio, tirar ela de dentro do mar e fazer uma respiração boca-boca, pula na frente de um carro para salvar alguém de um atropelamento.
Não deixa de ser um modo de salvar a vida de uma pessoa, mas não é disso ou apenas disso que se trata um herói. As vezes estamos diante de um problema sem solução, e vem a mulher maravilha ou outro qualquer nos mostrar aquela ‘’luz no fim do túnel’’, e essa pessoa salva nossa vida.
Pelo menos, você não coloca em risco a sua própria vida para ser um herói, afinal, você também adquiriu o direito à vida ao nascer.
Escolhas e problemas são o que mais coloca nossa vida em risco, não digo no sentido morte, mas no sentido felicidade.  E o mais estranho é que sempre tem um super-herói que vem para no auxiliar. Você pode perguntar a solução pra ele e ele pode dizer ‘’não sei’’, mas não é a resposta dele que vai te guiar a algum lugar, afinal ninguém decide por você. É o apoio, a companhia desse alguém que vai te ajudar a chegar a algum lugar.
Reformulando a pergunta. Você já pensou em apoiar alguém? Já pensou em ser alguém pra alguém? Já me falaram isso, achei que ser alguém pra alguém fosse uma idéia tola, e que servia para um pequeno numero de pessoas.
Basta ser alguém para ser ‘’alguém pra alguém’’, basta ser amar para amar ao outro. Estar com alguém que você ama e que retribui esse carinho faz você se sentir o herói pelo menos da própria vida. Podemos ser felizes sozinhos, mas uma soma não faz mal a ninguém.
Ser especial. Já pensou em ser especial? Sim, você é especial, pelo menos para um alguém. Você vive, você respira, você cumprimenta as pessoas a sua volta, você beija alguém e é retribuído, e não apenas isso, você convive com alguém e esse convive com você. Você briga, xinga, magoa. Mas faz feliz, se torna feliz. Faz o outro sorrir ou rir de uma piada completamente sem nexo, uma piada não inteligente. Alguém rir de uma voz engraçada. Você é alguém para alguém, precisa mais que isso?

Livro parte I

Dia 23 de Outubro de um ano qualquer, noite estrelada um tanto quanto fria. Estava eu na fila de uma festa no Party’s club. Minha melhor amiga, Betty Feinston, ao meu lado de beijos com um desconhecido segurando uma garrafa de Martini quase vazia.
Entrando na festa estava mais preocupada em esconder aquele chupão adquirido na fila, do que em me divertir. Betty Feinston tentava me animar com suas risadas extremamente escandalosas, mas algo ainda me intrigava, afinal no outro dia tinha que estar no estúdio as 10:30 da manhã , ou seja , deveria estar dormindo aquela hora da noite, mas fui convidada para fotografar durante a festa.
Betty Feinston, 22 anos, atrapalhada e risona, estava linda aquela noite. Com uma maquiagem impecável, usava uma saia rodada com uma blusa justa preta que fazia os homens querem pagar- lhe uma cerveja. Eu não estava muito diferente, pois fomos de par- de- vaso (afinal era uma festa a fantasia programada pra ultima hora), mas diferentemente dela, espantava todos os homens à minha volta pelo humor duvidoso que eu estava aquele dia.
O único que me fazia rir e me acalmar era Daniel Stevens, um amigo um tanto assanhado mas divertido, embora com segundas intenções me fazia bem, mas na minha cabeça passava longe a idéia de ir além de uma amizade.
Estávamos lá eu e ele em um jogo da verdade improvisado, e no final da festa, me encontrei aos beijos com Daniel.

Presa aos desejos

Diz que sonhos é o que está em nosso subconsciente. Talvez desejos, pesadelos nossos medos.
Antigamente os sonhos eram tidos como apenas efeitos de um trabalho desconexo, produto de estímulos fisiológicos. Com estudos vimos que o sonho é muito mais que meros pensamentos do subconsciente sem conexão nenhuma com nossa vida.
Sonhar é um privilégio do ser humano. Apesar dos pesadelos, às vezes podemos realizar desejos que nem sabemos que temos. Sonhar com o futuro, presente e passado.
Corria, não sabia de que ou de quem. Gritava, sabia que ninguém a estava ouvindo, mas gritava. E continuava a falar com pessoas e pedir ajuda para quem nunca havia visto na vida, seriam pessoas reais? Ela seria real, pois as pessoas conversavam, não com ela, ela conversava, sozinha, pois ninguém a atendia.
Começou a se desesperar, quando de repente o cenário mudou. As ruas começaram a se entrelaçar, formaram-se novos prédios, apareceu novas pessoas e sumiram outras. E essas a ouviam. Chamavam-na o tempo intero. Ela parecia alguém importante, suas roupas haviam mudado. Ao sair do prédio que estava, olhou a fachada e lá estava seu nome.
Começou a andar pelas ruas, parecia saber exatamente o caminho de casa. Havia um homem na sua sala, estava ele em silencio, ela parecia conhecê-lo. Crianças choravam, mas ele não atendia seus chamados, ela foi em busca do choro, eram seus filhos. Voltou a sala e pediu ajuda, ele respondeu grossamente e saiu de casa. Ela parecia amá-lo, mas não era retribuída. Voltou para o quarto colocou seus filhos no colo e chorou junto com eles. Algo dentro de si via que novamente havia algo errado, tinha fama e dinheiro, mas não tinha amor que em toda a vida tinha aprendido a valorizar com seus pais. Desejou outra vida.
O cenário já era outro, estava deitada, em sua casa. Tentou levantar, mas estava amarrada, haviam médicos as redor de sua cama. Desejou apenas serrar os olhos, era infeliz quando ninguém a escutava, era infeliz quando todos a ouviam mas uma pessoa não respondia seus chamados. Era infeliz em sua casa. Então começou a desejar algo, desejar algo que já tinha, desejou sua vida, desejou levantar da cama. Ninguém a ouviria, se não escutasse a si mesma. Ninguém a amaria, se não amasse a si mesma. Então cansada abriu os olhos e levantou, não estava mais presa aos seus próprios desejos, estava livre do seu próprio controle.
Acordou, a testa estava molhada e suava frio. Não conseguiu se levantar de primeira, estava congelada na cama. Por um momento pensou que o acontecimento de segundos atrás fosse realidade, percebeu então que tinha sido o produto do seu subconsciente, foi um sonho, ou apenas o produto de algum de seus desejos.

Primeiro texto

Não sou escritora, pois escrever é arte, e não sou artista.

Arte é um campo é uma área do conhecimento. E não possuo, ainda, esse conhecimento. Talvez nem conheça, pois para começar preciso de 5 anos de conhecimento, e ainda tenho um ano e meio. E mesmo assim, não serei escritora, pois meu campo de conhecimento seria outro, aprenderia a não construir palavras, mas construir edificações, ou quem sabe, construir a justiça.

Sou apenas leiga, escrevo textos sem conhecimento técnico, o por isso existe o blog. Para apenas expressar palavras, pensamentos do cotidiano, da vida. As vezes contos, um tanto quanto interessantes, ou quem sabe, um pedaço de um livro que pode ser publicado ainda, mas não classificaria uma pessoa de escritora, a não ser que ela seja artista.

Primeiro texto do blog é curto, e bastante simples. Não estou aqui para escrever bem, nem mal, apenas para escrever.