Ela queria falar, tinha que permanecer em silêncio. Os pensamentos e opiniões surgiam em sua mente como uma tempestade que vinha se preparando à dias. Não agüentava mais aquele turbilhão de idéias que vinham a querer se expressar, e vinha uma mão selar sua boca, abafar seu grito.
Escolheu um caminho, o caminho da independência de idéias, ideais, sentimentos. Não queria obedecer aquele ser supremo, que como ela era um ser humano e também pensava, e esse podia falar, podia agir, menos ela. O que diferenciavam eles, uma era do governo, era militar. Ela, uma simples moça, jornalista.
O povo, o povo queria abrir sua boca, via coisas desagradáveis na rua e se calavam. O medo calava sua indignação, e nada parecia mudar. As pessoas sumiam, e outras se calavam, e as que não se calavam, sumiam.
Uns chamam isso de pesadelo, outros de um ideal da perfeição. A economia cresceu obviamente. O país cresceu sem duvida. Mas nada pode pagar o preço das idéias, das palavras, dos sentimentos das pessoas.
Foi no dia 31 de março de 1964 que ocorreu eventos que culminaram para o golpe militar de 64. Era uma estabilidade política, justificado pelo controle comunista e dos trabalhadores pelos militares. Isso tudo resultou em um crescimento econômico inegável, um crescimento interno econômico, aumentou assim a divida externa do país.
O objetivo geral do regime militar era impedir a propagação das idéias comunistas. Reprimia os pensamentos, delimitava a liberdade de pensamentos das pessoas. Qualquer um que descordasse ou tivesse pendendo para o comunismo era interrogado, preso, torturado.
Mas o direito subjetivo, apesar de parecer fraco, é indivisível e inseparável do ser humano desde seus primeiros passos. Quando se mexe com a liberdade de alguém, ou seu direito de simplesmente viver e expressar sua opinião, causa entre as partes um conflito que pode demorar, mas chega em um resultado único. Esse tipo de regime, como também o regime absolutista podem governar por um tempo, mas sempre decaem. As pessoas têm e exigem o direito à expressão, a mídia.
Não neguemos que foi bom para a economia interna do país, mas como disse, nada é mais válido do que poder expressar seus próprios sentimentos, pensamentos. Ninguém vive calado. Todos querem seu lugar ao ‘’palanque das opiniões.’’
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